sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

WWW e Greenpeace não mandam no Brasil

Governo reage à campanha externa contra Belo Monte

Por Sérgio Barreto Motta, no site Monitor Mercantil 

Eles não criticam
as usinas nucleares
da França
A presidente Dilma está, até agora, conseguindo reagir a uma irracional campanha internacional. Enquanto o mundo usa os poluentes petróleo-gás-carvão para gerar energia, o Brasil é um dos poucos países do mundo que consegue movimentar suas fábricas e iluminar suas casas com a água que passa pelas turbinas, de forma ecológica ou, como se diz modernamente, sustentável. Mas se não criticam as nucleares da França, nem as unidades a carvão da China e tampouco as usinas a petróleo dos Estados Unidos, as entidades internacionais WWF e Greenpeace exacerbam suas críticas às usinas hidráulicas brasileiras. E Belo Monte é o prato do dia. Greenpeace e WWF costumam dizer que, embora internacionais, as filiais do Brasil têm autonomia. Mas dá para desconfiar da agressividade externa contra um país que faz do uso da hidreletricidade sua principal fonte de geração de energia.

Todos sabem que as fontes eólica e solar são incipientes e o Brasil deveria ser louvado pelo uso das águas. Informa a Agência Internacional de Energia que, hoje, sol e ventos produzem 0,8% da energia do mundo, ou seja, praticamente nada. Para o futuro, poderão ser relevantes, mas ainda são insignificantes. Fala-se muito no carro elétrico, mas, na maior parte do mundo, é, no fundo, movido a petróleo – só que transformado em energia elétrica. Apenas no Brasil e em poucos países ainda se pode dizer que um carro elétrico é realmente movido, em sua maior parte, a fonte renovável.

O presidente da Norte Energia, que constrói Belo Monte, Carlos Nascimento, lembra que o Brasil precisa incorporar, a cada ano, 5 mil megawatts de energia e que a fonte hidrelétrica é “a mais segura, confiável, limpa, renovável, além de economicamente mais viável”. O Brasil tem o maior potencial hidrelétrico do planeta e usa apenas 30% do total, mas, pelo jeito, dificilmente poderá ir muito à frente, pois a campanha internacional é insidiosa.

Cita Nascimento que o reservatório da usina será inferior ao inicialmente projetado e parte dele é a própria calha do Rio. A parte restante não é de floresta, mas “de área de criação de gado e agricultura”. Acrescenta: “Nenhuma terra indígena será alagada por Belo Monte e aqueles que moram na região terão garantidas suas atividades habituais de pesca e navegação, uma vez que será mantido um hidrograma de vazões do rio”.

Cita que 70% da energia de Belo Monte já estão vendidos – prova de que o país precisa de energia. O preço por MWh é de R$ 77,97, “um dos mais baixos já praticados”. E, como se sabe, os valores para energia eólica são subsidiados, seja direta ou indiretamente. Conclui Nascimento: “Nossa matriz tem mais de 86% de energia gerada por fontes limpas e renováveis, contra apenas 19% no mundo e 17% dos países desenvolvidos. Isso começa a incomodar muita gente”.

Confirma o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que, este ano, o consumo de energia no país deve subir 4,5% este ano, superando os 3,4% registrados em 2011. Como atender a essa demanda sem novas usinas? O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, na mesma linha, afirma: “O país não se intimida com a pressão do exterior” . E acrescenta: “Não se vai retirar um indígena sequer da região. Isso é uma falácia que tem sido vendida no exterior”, diz Lobão, que anuncia, após Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, mais uma fonte limpa de geração de energia: Serra Quebrada, entre Maranhão e Tocantins – se os movimentos internacionais deixarem.

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